A carga exacerbada dentro das empresas para atingir prazos e metas do final do ano causa uma fadiga intensa entre os trabalhadores, afetando a saúde mental.
O estudioso do assunto, Estevam Vaz, psiquiatra e psicanalista, esclarece que não existe uma doença chamada "burnout". Segundo ele, as pessoas adoecem devido a más condições de trabalho. Portanto, ele não questiona o sofrimento mental e emocional relacionado ao trabalho e outras causas, já que essa é a sua missão e trabalho. Apenas atenta para muitos aspectos que têm sido ignorados. Por exemplo, que a OMS diz claramente que "burnout" não é uma condição médica, não é uma doença e não é condição de saúde. As teorias do burnout jogam tudo para o que ele chama de “saco-sem-fundo”, misturando dezenas de transtornos mentais e doenças em geral com situações comuns da vida, rotulando tudo como “burnout”. Isso, na verdade, transforma o sofrimento alheio numa grande banalização.
Cada indivíduo é único e por isso é necessário considerar essa individualidade. Segundo o médico, muitas vezes a “doença” é mais da empresa do que do trabalhador. Esclarece que muitos autores consideram o “burnout” como um fenômeno cultural que exprime um desapontamento, frustração e insatisfação generalizada com o mundo do trabalho na sociedade atual.
O médico foi convidado para diversos congressos, palestras, lives, aulas e para se apresentar na Academia Paulista de Medicina no próximo ano. Publicou dois livros sobre o assunto, um no Brasil e outro na Inglaterra. Há muitas críticas sobre burnout no ambiente acadêmico, mas o livro dele é o único no mundo que questiona abertamente o burnout, inclusive expondo no que a OMS se baseou para classificar o burnout como “síndrome”.
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