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TKS Comunicação

Feminino: O futsal também serviu como base para ex-craques do futebol

Atualizado: 24 de jul. de 2023



Mesmo como toda a estrutura e visibilidade que o futebol feminino conquistou nos últimos anos, a caminhada não foi fácil. Com baixo investimento, poucas equipes e competições, a modalidade era vivida por quem realmente amava o esporte.


Muitas jogadoras se dividiam entre o futsal, o futebol e outras atividades, justamente para terem uma melhor composição financeira. Mas isso nunca abalou as craques do passado.

Para quem hoje vê as atletas brilhando nas principais equipes do Brasil, e até mesmo do mundo (além da seleção brasileira), nem imagina como tudo começou.



O Juventus, um dos mais tradicionais clubes do Estado de São Paulo, praticamente foi o precursor na modalidade no início dos anos 80, tendo como destaque, nas quadras e nos gramados, Marcia Honório, a ‘Marcinha’ (Foto),


Marcinha ainda teve uma importante passagem pela Bordon, ao lado de Érica, Lucileide, Sissi e Roseli de Belo – aliás, Roseli e Marcinha  também defenderam as cores do Corinthians no futebol, e anos mais tarde, mais precisamente em 2009, Roseli retornou ao Timão durante a parceria com a Unip (Universidade Paulista e o São Caetano Futsal), em um elenco que tinha nomes como Bebel, Dulce, Anne, Barata, Vivi Holzel, Nildinha, Vânia, Indiamara entre outras


Mas, voltando o Juventus, em 1987, o time da Mooca foi o primeiro campeão paulista. A grande final diante a Ferroviária/Araraqura, com vitória juventina no jogo de ida por 2 x 0 e empate por 1 x 1 (gols de Vera e Marcinha). Vale lembrar que neste ano, a competição foi organizada pela FPF (Federação Paulista de Futsal). Antes o Juventus faturou as edições de 84, 85 e 86.


Tudo que a gente disputou (Secretaria de esportes, que era pela Prefeitura), a gente conquistou. Sei que neste primeiro campeonato que vencemos, em 1987, fui artilheira, inclusive, marcando um gol de cabeça, na final contra a Ferrovária. Vencemos em casa, por 2 x 0 e empatamos em Araraquara“, relembra Marcinha, que fez parte da primeira seleção brasileira de futebol, em 1986.


O Futsal como base:


Formiga, Márcia Taffarel, Juliana Cabral, Miriam Soares, Roseli de Belo, Sissi, Marcinha, Nildinha, dentre outras, também tiveram o futsal como base de tudo. Muitas destas meninas, trabalharam diretamente com a vitoriosa e respeitada treinadora, Maria Cristina de Oliveira, a ‘Cris, durante muito tempo na Associação Sabesp Futsal.


A meia-atacante Roseli (Foto) é um dos nomes mais conhecidos do futebol feminino, representou o Brasil em mundiais e em Jogos Olímpicos. Além do Timão, a atleta defendeu as cores do Saad, de São Caetano do Sul (ABC), no ano de 2008 e fala um pouco sobre sua relação com o futsal:


Na verdade, eu jogava futsal e campo ao mesmo tempo, quando jogava no Juventus, da Mooca. O futsal foi tudo na minha carreira o motivo da habilidade em dribles curtos foi através do futsal“, disse.



Hoje, Coordenadora de Esportes de uma unidade do CEU (Centros Educacionais Unificados), a ex-atacante Nildinha (Foto) também fala sobre o futsal em seu início de carreira e do que sente mais saudade em relação à sua época de atleta:


Eu joguei futsal e representa muito por ser início de tudo no futebol. Eu tenho saudades de quando se jogava por amor. As jogadoras eram todas humildes, o contrário do que vemos hoje“.



Uma das primeiras goleiras a serem convocadas para a seleção brasileira de futebol, em 1986, Miriam Soares  (Foto) afirma que ingressou no futsal ‘por um acaso’:


Comecei no futsal por acaso, após o primeiro Sul-Americano de Futebol de Campo, no qual uma empresa de São Paulo, chamada Euroexport, criou sua primeira equipe de futsal feminino e levou metade da seleção de campo para o futsal“.


Miriam também diz que sente falta das amizades e aventuras no mundo do futebol: “Sinto saudades dos amigos e amigas que o futebol me deu, das resenhas e aventuras que vivemos juntas, pois sim nossos encontros eram sim uma aventura“.


Atualmente, Miriam Soares trabalha em um projeto social com futsal feminino na cidade de Serrana (SP), com meninas de 8 a 17 anos: “Hoje temos mais de 60 meninas no projeto e nesse semestre estaremos migrando para o futebol de campo também“, encerrou.

 

Fotos menores: Marcinha, Roseli e Miriam (Arquivos pessoais) | Nildinha (Gilberto Santos) 

Foto principal: Nelson Coelho


Colaboração: Futsal em Paula


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