Todo dia 13 de setembro é comemorado O Dia Nacional da Cachaça. A data, que é uma iniciativa do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), entidade representativa do setor, já vem sendo comemorada desde 2009.
A Cachaça representa a pluralidade brasileira. Com um sabor único e ricas combinações, permite vários tipos de consumo, seja pura, gelada, misturada em drinks ou pratos.
Há quem se refira como aguardente, mas não se confunda: aguardente e Cachaça não são a mesma coisa! “Cachaça” é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, tendo como matéria-prima exclusiva o mosto fermentado do caldo da cana-de-açúcar, com teor alcoólico de 38% a 48%.
Cachaça – da Colônia à Independência do Brasil
A escolha da data tem um motivo histórico: foi em 13 de setembro de 1661 que a Coroa portuguesa liberou a produção e a comercialização da Cachaça no Brasil, após a pressão de uma rebelião de produtores brasileiros, na famosa Revolta da Cachaça.
A história remonta ao ano de 1630, quando os portugueses notaram que o mercado da Cachaça crescia e o produto tomava o lugar da bagaceira, produzida por eles a partir do bagaço da uva. Com isso, em 1635, o rei de Portugal proibiu a produção e a comercialização da Cachaça com o objetivo de incentivar o consumo da bagaceira. A pouca fiscalização permitiu a continuidade do comércio da Cachaça.
Em 1659, um novo decreto real proibiu o comércio da Cachaça, com os portugueses apertando o cerco aos produtores com ameaças de deportação, apreensão do produto e destruição dos alambiques. Em 1660, os produtores fluminenses lideraram uma rebelião e tomaram o governo da cidade. Era a Revolta da Cachaça, movimento que abriu caminho para sua legalização (o que ocorreu em 13 de Setembro de 1661) por Ordem Régia.
Versatilidade
Para quem quer fugir do tradicional, a Cachaça é repleta de novas possibilidades. Existem mais de 20 tipos de madeira para envelhecimento e uma variedade de ingredientes genuinamente brasileiros para se misturar.
Amburana, Jequitibá, Amendoim, Bálsamo, Ipê, Freijó, Eucalipto, Castanheira, entre várias outras, além do conhecido Carvalho, são exemplos dessa diversidade que enaltece e realça sabores riquíssimos e diferenciados na Cachaça.
Mesmo ao se degustar uma Cachaça sem envelhecimento em madeira, também é possível ter uma experiência única de um destilado com sabor e aroma característicos, com destaque para o frescor e os sabores originais da cana.
Não há limites para as combinações que você pode fazer, já que a cachaça tem os sabores mais variados e os mais diferentes processos de envelhecimento usando madeira.
Tipos de Consumo
A Cachaça é usada como base para coquetéis, em especial aqueles com frutas, além da utilização do destilado na tradicional e conhecidíssima caipirinha que, para ser autêntica, deve ser feita exclusivamente com cachaça.
Mas dada a versatilidade da bebida, na área de coquetelaria vários bartenders a utilizam para reinventar drinks famosos como o Mojito, Dry Martini e a Margarita.
A grande variedade, cada uma com impactos sensoriais distintos, vem proporcionando uma base extensa de experimentação de coquetéis contemporâneos, tanto no Brasil como internacionalmente. É essa quantidade de atributos que faz a Cachaça um destilado distinto dos demais, que vem conquistando espaço e angariando novos fãs no mundo todo.
Veja abaixo algumas variações de drinks com a cachaça, para sair um pouco da famosa caipirinha.
Caipirinha de Erva-Mate
60ml de Cachaça com infusão de Erva Mate (para a infusão, basta coar 500ml de Cachaça e 50g de erva mate em um bom coador)
20ml de melaço de Cana
50ml de suco de maracujá
Meio Limão
Coquetel de Ostras
1 limão
2 colheres de sopa de açúcar
50ml de Cachaça
2 ostras in natura
1 xicara de chá de gelo
Dry Cachaça (variação do Dry Martini)
70 ml de cachaça envelhecida em ipê;
5 ml de vermute dry (Noilly Pratt);
1 twist (pequena fatia da casca, torcida) de limão siciliano.
O potencial do setor
Atualmente, a Cachaça é um dos destilados mais consumidos no mundo, e se destaca por comunicar a riqueza cultural e diversidade do Brasil. No ano passado, a bebida bateu recorde de exportações dos últimos doze anos, sendo enviada para mais de 75 países, como Estados Unidos, Alemanha, Portugal, França e Itália.
Iniciativas como o projeto setorial de Promoção às Exportações de Cachaça - Cachaça: Taste The New, Taste Brasil, desenvolvido pelo IBRAC em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - Apex-Brasil, e o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) Agro Cachaça, desenvolvido pela Agência com o apoio do IBRAC, fazem parte da estratégia para impulsionador a Cachaça no mercado externo.
O setor da Cachaça também é responsável por mais de 600 mil empregos diretos e indiretos gerados dentro do país. Hoje, segundo o Anuário da Cachaça (dados de 2021), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), existem 936 estabelecimentos produtores da bebida devidamente registrados no Brasil, e 4.969 produtos.
Sobre o IBRAC: O Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC) é a entidade representativa do segmento produtivo da Cachaça. Com abrangência nacional possui entre os seus associados as principais empresas (micro, pequenas, médias e grandes) do segmento produtivo da Cachaça de vários estados brasileiros, que correspondem a mais de 80% do volume de Cachaça comercializado formalmente no Brasil. No Instituto também estão presentes 13 entidades de classe (estaduais/regionais/nacionais) do segmento produtivo. Com essa composição o IBRAC é a mais ampla representação de uma categoria de bebidas no Brasil. Entre suas atuações estão a realização de ações de defesa de interesses do setor produtivo no Brasil e no exterior, ações relacionadas ao consumo responsável de bebidas alcoólicas, o desenvolvimento econômico e sustentável do setor, o combate ao mercado ilegal de bebidas e à concorrência desleal, além da promoção, proteção e defesa da denominação “Cachaça” e da sua indicação geográfica, em âmbito nacional e internacional. Mais informações em Instituto Brasileiro da Cachaça - IBRAC
Comments