Cigarro também pode causar osteoporose e afetar coluna
Desde 1986 o Brasil comemora o Dia Nacional do Combate ao Fumo em 29 de agosto. A data foi criada pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer) para reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. Encarar o tabagismo como problema de saúde coletiva segue sendo um tema atual.
Apesar de proibidos de serem comercializados no Brasil de maneira regular, os cigarros eletrônicos continuam ganhando mais adeptos; de 2018 a 2022, a quantidade de usuários quadruplicou, segundo estudo da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC). Isso acontece, em parte, porque esses usuários não se consideram fumantes e intitulam-se ‘vaporizadores’ (vapers). Os perigos aumentam quando se considera que os níveis de toxicidade podem ser tão prejudiciais quanto os do cigarro tradicional.
Um outro malefício apontado por um estudo divulgado pela Unesp é a alta quantidade de açúcar presente nos líquidos que abastecem os cigarros eletrônicos, para proporcionar aromas de frutas, esses líquidos podem causar cárie e doenças periodontais. A mesma pesquisa chamou atenção para o perfil dos fumantes atuais de cigarros eletrônicos, concentrado entre os jovens; 19,7% das pessoas entre 18 e 24 anos já experimentou cigarro eletrônico (na faixa entre 35 e 49 anos esse percentual cai para 3,3%).
“Os efeitos do tabagismo vão muito além do que é possível perceber”, alerta o Dr. Rizzieri Gomes, médico cardiologista, focado na mudança do estilo de vida (MEV) de seus pacientes. “Costuma-se focar mais nos danos físicos, mas existem danos familiares, emocionais e uma série de outros, pois a nicotina é uma das drogas que mais causa dependência no mundo. Neste dia, quem puder levar informação a um amigo, um parente ou mesmo um conhecido, pode estar ajudando esse fumante”, sugere.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto deste produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo.
Entre os milhares de malefícios que as substâncias podem trazer, um dos prejuízos ao ser humano está relacionado à coluna.
O Dr. Guilherme Rossoni, neurocirurgião e especialista no tratamento de doenças da coluna e dor crônica relata quais os reflexos do tabagismo na coluna: “A maioria dos cigarros possuem entre três/quatro mil substâncias tóxicas. O tabagismo a médio e longo prazo, induz um enfraquecimento do osso, o que chamamos de osteoporose. Isso por si só, torna a coluna mais vulnerável à fraturas. Além disso, várias outras substâncias promovem lesões diretas aos elementos de sustentação, aos ligamentos, dos tendões e ao disco intervertebral.”
Ainda sobre o reflexo do tabaco e problemas na coluna, o Dr. Guilherme Rossoni enfatiza: “O tabagismo também promove o fechamento dos vasos, microtromboses - o que chamamos de vasculopatia, pequenos vasinhos que vão irrigar essas estruturas, que acabam sendo danificadas. Como consequência, dificulta a cicatrização, retarda o processo de regeneração e a chegada de nutrientes para que a articulação se torne mais sadia ou consiga manter a saúde ao longo dos anos.”
O Dr. Rizzieri Gomes lista uma série de atitudes que podem ajudar quem quiser parar de fumar:
1 - Estabelecer uma data para parar.
2 - Buscar ajuda profissional, como médicos e terapeutas.
3 - Encontrar substitutos saudáveis para o cigarro, como alimentos nutritivos.
4 - Praticar exercícios físicos para lidar com o estresse.
5 - Evitar situações e pessoas que estimulem o consumo de tabaco.
6 - Cercar-se de apoio familiar e amigos que incentivam e motivam.
7 - Acreditar em si mesmo(a) e celebrar cada conquista.
Vale ressaltar que o SUS, Sistema Único de Saúde, oferece tratamento gratuito para ajudar as pessoas a pararem de fumar. O Ministério da Saúde reforça a importância de parar de fumar. O tabagismo é um problema mundial de saúde pública que está relacionado ao surgimento de pelo menos 50 doenças.
Sobre o Dr. Rizzieri Gomes
É médico cardiologista, focado na mudança do estilo (MEV) de seus pacientes, como ele mesmo define: tratar de saúde em vez de doenças. Foi o responsável pela implantação do protocolo de dor torácica no Hospital Check Up, de Manaus e por transformar a maneira como o infarto agudo do miocárdio é tratado na cidade, reduzindo a mortalidade por infarto agudo. Mais informações sobre o Dr. Rizzieri Gomes podem ser consultadas no site www.maisclinica.med.br/
Sobre o Dr. Guilherme Rossoni
É médico neurocirurgião especialista no tratamento de doenças da coluna e dor crônica. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo, atende presencialmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, além de exercer a telemedicina para todo o mundo. Mais informações sobre o Dr. Guilherme Rossoni podem ser consultadas no site www.drguilhermerossoni.com.br
Comments