"Somos mais que números, somos vidas que clamam por respeito e igualdade", destaca a influenciadora Thatá Poloniatto sobre os desafios e a urgência da inclusão.
No próximo 21 de setembro, o Brasil celebra o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, uma data que reforça a importância de políticas públicas que promovam a inclusão e assegurem direitos fundamentais às pessoas com deficiência. Instituída pela Lei nº 11.133/2005, o dia não apenas celebra conquistas, mas também reflete os desafios contínuos enfrentados por milhões de brasileiros que buscam igualdade de oportunidades e respeito.
Para a influenciadora digital Thatá Poloniatto, que convive com as consequências de uma deficiência desde o nascimento, este é um dia de conscientização e, sobretudo, de luta. "Tive complicações durante o parto. O médico estava me puxando e acabou quebrando minha clavícula, o que causou falta de oxigênio no cérebro e deixou sequelas", relembra Thatá.
Essas complicações, segundo ela, trouxeram muitos obstáculos em várias esferas da vida. "A deficiência me afetou bastante na convivência com as pessoas. Foi muito difícil conseguir um bom emprego. As pessoas com deficiência não são valorizadas e muitas vezes são vistas como frágeis e inúteis, só sendo contratadas para cumprir cotas", desabafa. Além disso, Thatá revela que na escola também enfrentou preconceito e falta de paciência dos professores. "Era bastante excluída, não conseguiam esperar eu terminar de copiar o que estava no quadro."
A influenciadora também compartilha as dificuldades que enfrenta em atividades cotidianas, que para outros podem parecer simples. "Sair sozinha para comer, por exemplo, é sempre um desafio, pois minha coordenação motora faz com que eu deixe cair ou quebre algo. Às vezes, isso se torna constrangedor", explica.
Uma vida de superação e conquista
Apesar dos desafios, Thatá encontrou no mundo digital uma forma de expressar suas lutas e conquistas, além de seu emprego formal como auxiliar administrativo. "Trabalhar nas redes sociais é uma grande conquista para mim. Sinto-me vista e valorizada como pessoa com deficiência", orgulha-se.
Ainda assim, Thatá alerta que a inclusão está longe de ser plena. "Não acho que estamos totalmente inclusos na sociedade. Existe muito discurso e pouca prática. No ambiente de trabalho, por exemplo, parece que estamos ali apenas para preencher cotas. Os salários nem sempre são os mesmos, mesmo para quem realiza a mesma função", denuncia.
Ela também critica o tratamento diferenciado dado às pessoas com deficiência. "As pessoas têm medo de se relacionar conosco, nos tratam como frágeis e infantis. Isso limita mais do que a própria deficiência. O que precisamos é de respeito às nossas diferenças e ao nosso tempo."
Um chamado à ação
Neste Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, as palavras de Thata são um lembrete poderoso de que a inclusão vai além de leis e políticas. Ela envolve uma mudança de atitude e de percepção. "Somos mais que números em cotas, somos vidas que clamam por respeito e igualdade. Não precisamos ser limitados, precisamos ser respeitados."
Que o 21 de setembro seja mais do que uma data no calendário, mas um verdadeiro chamado à ação para uma sociedade que inclua e valorize todas as pessoas, independentemente de suas limitações.
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